7.9.05

Tentando parecer o que não é para não precisar justificar o que de fato tem sido

Fotografia. Ajeite o cabelo. Abrace quem estiver ao seu lado. Mostre-se feliz. Xis.

4.9.05

Clichê!

Era assim. Ele deveria aceitar. Não tinha escolhas. Como quando alguém cai em um precipício e não tem opção. Mas na hora ninguém pensa nisso. Só grita. Como se fosse possível alguém ajudar. Ou tenta se segurar em algo. Como se os filmes mostrassem somente a verdade. É fato que as pessoas não curtem aceitar as opções. Mesmo o fato de não aceitá-las ser uma opção, elas insistem em afirmar que não aceitam. A vida é assim, de fato. Mas se "toda regra tem uma exceção", qual seria a exceção desta regra? Embora ele insistisse em dizer que sim, ele não aceitava. Embora colocasse uma música das mais tristes para tocar no rádio. Daquelas que o faziam chorar. Embora fosse uma música estrangeira e ele não soubesse o que dizia. Ele chorava. E chorava. Chorar era a opção. E essa opção ele aceitava bem. E se olhava no espelho. E não gostava do que via. E dizia a si que não tinha mais jeito. Que deveria aceitar. E achava que aceitava. Mas na manhã seguinte, uma nova esperança. E o dia anterior acabava sendo esquecido. E o choro, a sensação de vazio, e a dor no peito, e a vontade de morrer e matar - "Será que é assim que se formam os suicidas ou homicidas?". E tudo era esquecido. É incrível como um ato insignificante pode parecer algo monstruosamente grande e significativo. Isso sem exageros. Talvez tenham razão aqueles que dizem que "hipótese é uma coisa que não é, mas a gente faz de conta que é, pra ver como seria se ela fosse". Vai ver nosso subconsciente toma determinadas ações ou atitudes de maneira contrária ao que de fato elas são só porque queria que elas fossem. Mas a verdade sempre aparece. As pessoas costumam dizer por aí que "a mentira tem pernas curtas". E parece ser verdade. E ele acredita nessa verdade. Mas quando ela aparece, o mundo desaba. E vem a música. E vem o choro. E vem a tentativa de aceitação. E os consolos amigos que, na maioria das vezes não servem de nada. Mas "o que vale é a intenção". "Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente", como já dizia Shakespeare. E Shakespeare parece ter razão. E ele vive nessa. Aceita não aceitando o fato que não aceitou aceitar. E a vida prossegue. E amanhã é um novo dia. Mas hoje ele está certo que aceitou. Mas quem sabe amanhã algo de bom aconteça?! Sabe como é, né?! "A esperança é a última que morre".